O Comércio do Porto

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quinta-feira, setembro 15, 2005

Intriga de morte no Vaticano em "O Confessor"

Rui Azeredo

“O Confessor”, bestseller da autoria do escritor norte-americano Daniel Silva, é posto à venda em Portugal a 22 de Setembro, numa edição da Bertrand, dando assim início a uma trilogia protagonizada por Gabriel Allon, restaurador de obras de arte que ao mesmo tempo é um agente dos serviços secretos de Israel.
Allon combina a inteligência e ferocidade dos espiões com a melancolia de alguém assombrado pelo passado. Trava uma luta interior entre a paixão pelo restauro e a memória da destruição em que esteve envolvido, nomeadamente o Holocausto e o conflito israelo-árabe. Em Veneza, Allon é visto pelos colegas de trabalho como um homem ácido e solitário que passa longas horas a ressuscitar “Madonnas” danificadas. É considerado um artista, mas a dedicação quase obsessiva às pinturas alimenta especulações sobre a sua identidade.
Entretanto, em Munique, na Alemanha, o professor judeu Benjamin Stern, antigo companheiro de armas de Allon, é assassinado após se ter empenhado num projecto secreto de investigação sobre a posição da Igreja Católica no Holocausto. Simultaneamente, em Roma, o novo Papa, Paulo VII, dá sinais de não ser tão inofensivo como aparentava. A sua vontade de abrir arquivos secretos do Vaticano perturba largas facções da Igreja Católica e leva a que ressuscite uma antiga e lendária organização na história do Vaticano, a Crux Vera – esta, com o intuito de eliminar o Papa, faz entrar em acção o “Leopardo”, um dos mais caros assassinos a soldo.
Para escrever este romance, Daniel Silva consultou material histórico, entrevistou diplomatas, antigos padres e jornalistas que fizeram reportagens sobre o Vaticano e foram presos.
Segundo o site Bookreporter.com “a intriga de ‘O Confessor’ é complexa, mas tão verosímil que, no final do livro, perguntamo-nos até que ponto isto não terá de facto acontecido, ou estará para acontecer.” O mesmo site indica ainda: “De Veneza a Roma, de Munique a uma pequena vila na Suíça, de um convento nos Alpes a Londres, este livro avança a um ritmo de cortar a respiração. Todos os intervenientes são imperfeitos: os protagonistas já mataram e voltarão a matar se tiverem de o fazer. A diferença está nas motivações de cada um. O leitor aprende a fazer as suas escolhas distinguindo entre diferentes tonalidades de cinzento. O único tipo bom, i.e. que não é um assassino, é o Papa.”

Estreia em Portugal

“O Confessor”, que só nos EUA vendeu mais de 525 mil exemplares desde que foi lançado em 2003, é a primeira obra de Daniel Silva a chegar a Portugal, que assim vai poder conhecer aquele que já é considerado um autor revelação, que se move na linha dos antigos romances de espionagem e dos actuais thrillers políticos. Por isso, o escritor já foi considerado um digno sucessor de talentos como Graham Greene e John Le Carré.
A crítica tem revelado que Daniel Silva, nas suas obras, defende que a História é liderada por pessoas pertencentes a mundos secretos. O autor reconhece que, no seu entender, “a História é 80 por cento confidencial”.

Daniel Silva tem
raízes nos Açores


Daniel Silva, que escreveu sete bestsellers em sete anos, tem nacionalidade americana, mas é filho adoptivo de um casal de açorianos e o avô era um pescador nascido nos Açores. Antes de em 1994 se dedicar em exclusivo à escrita de romances foi jornalista, produtor executivo da CNN (nomeadamente dos programas “Crossfire” e “Inside Politics”) e repórter de guerra durante o conflito Irão-Iraque. O seu contacto com a realidade do Médio Oriente deu-se a partir do ano de 1987, quando foi colocado como correspondente no Cairo, no Egipto.
Desde 1994 já escreveu os romances “The Unlikely Spy”, “The Mark of the Assassin”, “The Marching Season”, “The Kill Artist”, “The English Assassin”, “O Confessor”, “A Death in Vienna” e “Prince of Fire”, este último já em 2005.