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domingo, setembro 11, 2005

Marroquino Tahar Ben Jelloun em Portugal para apresentar dois novos livros





Rui Azeredo

A Cavalo de Ferro edita neste mês de Setembro, mais precisamente no dia 22, duas obras do escritor marroquino Tahar Ben Jelloun: “Amores Feiticeiros” e “O Escrivão Público”. O autor, que antes já havia publicado noutras editoras nacionais livros como “O Homem Justo”, “O Albergue dos Pobres”, “O Islão Explicado à Minha Filha” e “Uma Ofuscante Ausência de Luz”, vai estar no Institut Franco-Portugais, em Lisboa, no dia 29 de Setembro às 18h30.
“Amores Feiticeiros” (ver imagem) é um conjunto de novelas que incluem histórias de amor traficado, de amizade traída ou de paixões, quase todas elas “apimentadas” com a presença de elementos fantástico, daí resultando um interessante choque entre o racional e o sobrenatural, ou seja, entre dois mundos que convivem no Marrocos actual. “Amores Feiticeiros”, com 272 páginas, estará à venda por 17,20 euros.
O romance “O Escrivão Público” aborda o homem que empresta a escrita e a voz ao seu povo, aos que não podem falar. Tahar Ben Jelloun evoca memórias e imagens de cidades de um Marroco real e, também, imaginário. O escritor narra a violência da vida e a experiência da pobreza, de novo tendo por pano de fundo a divisão da sociedade entre o Ocidente e o Oriente, entre a modernidade e a tradição.
O livro custa 15,50 euros e tem 168 páginas.
Ben Jelloun, que nasceu em Fez (Marrocos) em 1944 mas vive em França desde 1971, é um dos mais consagrados escritores contemporâneos, traduzido em todo o mundo, vencedor de um Goncourt e do IMPAC (de Dublin).
Estudou na Universidade de Paris, onde fez o doutoramento em Psiquiatria Social.
Iniciou a carreira literária em 1973, escrevendo em francês, e em 1984 recebeu o conceituado Prémio Goncourt com o romance “La Nuit Sacrée”. Em 2004 recebeu o Prémio IMPAC graças a “Uma Ofuscante Ausência de Luz”.
Normalmente empenhado em causas sociais, nos seus livros surgem quase sempre as contradições da sociedade árabe contemporânea, dividida entre a modernidade e a tradição, entre o Estado e a Religião. Outra das suas temáticas favoritas é a relação do Ocidente com o mundo árabe.

“O Galo de Ouro”
de Juan Rulfo


Ainda para 22 de Setembro, a Cavalo de Ferro programou o lançamento de “O Galo de Ouro”, livro do mexicano Juan Rulfo (1918-1986), autor de “Pedro Páramo” a “A Planície em Chamas”. Rulfo, apesar de ter uma curta obra – com este ficam publicados em Portugal os seus três livros –, ganhou prémios importantes como o Cervantes e o Príncipe das Astúrias.
Em “O Galo de Ouro e Outros Textos Dispersos” (15 euros), ao longo de 136 páginas o leitor pode desfrutar dos poucos textos de ficção que Rulfo deixou inéditos, a que se acrescentam dois escritos autobiográficos.
O conto que dá nome ao livro - “O Galo de Ouro” - descreve a vertigem do jogo, do amor e da sorte a partir da história de um treinador de galos de luta. Este homem, chamado Dionísio, surge do nada para se tornar numa figura importante do submundo.
A história pretende ser uma metáfora sobre os trajectos fora do comum que a vida humana pode seguir.
A obra tem prefácios de Gabriel García Marquez, Carlos Fuentes e Augusto Roa Bastos.

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