"Prefiro editoras independentes a ficar pendurado no vão de escada de uma multinacional"
(Entrevista que não chegou a ser publicada em papel)
João Paulo Simões, conhecido por JP (leia-se, “JêPê”) Simões, tem 35 anos e um extenso currículo musical. Tocou nos Pop dell'Arte e ainda é o líder dos Belle Chase Hotel. Em paralelo e em parceria com Sérgio Costa, também dos Belle Chase Hotel, escreveu a “Ópera do Falhado”, estreada em 2003, e apareceu no ano seguinte com um novo projecto musical, o Quinteto Tati, cujo álbum de estreia, “Exílio”, mereceu aplausos da crítica. Apesar disso, a digressão de apresentação do disco só começou mais de um ano após a edição. A meio desse conjunto de espectáculos e pouco depois de a banda se ter estreado ao vivo no estrangeiro, JP Simões deu ao COMÉRCIO esta entrevista em que, por entre a habitual ironia iconoclasta, deixa alguns recados. Trabalhando com os “Transformadores”, uma editora e promotora independente, JP Simões não tem pejo em dizer que prefere a falta de meios do que trabalhar com multinacionais que negam esses meios à maior parte dos artistas.
Comércio do Porto: O vosso álbum de estreia, “Exílio”, foi lançado há mais de um ano. Porquê só agora a digressão de apresentação do disco?
JP Simões: Explicaram-nos que isto demora a medrar. Ou seja, sempre que nos íamos queixar aos nossos promotores, diziam-nos para ter calma, que aqui as coisas são muito lentas, estão a crescer. Diziam: “Tem calma, que estás a plantar”. Uma pessoa nasce, cresce e morre semente neste País! Como foi uma época de crise, os espectáculos foram mais parcimoniosos e quem está mal implantado demora muito a aparecer. Foi o que aconteceu connosco, mas também não fizemos grande esforço de promoção, nem sequer cartazes a dizer que éramos o novo acontecimento “não sei quê”. Fizemos o nosso álbum e ele tem crescido, devagarinho, mas de uma maneira muito boa.
CP: Como está a correr a digressão?
JP: Estamos todos com uma enorme dor de cabeça, porque temos pensado muito, já que somos um colectivo e temos outras preocupações que não só a música “tout court” - como se diz em francês. Também pensamos na vida, no meio ambiente e nas políticas de apoio à África subsariana. Falamos muito sobre esses assuntos todos e, como não conseguimos resolver nenhum, ficamos com uma grande dor de cabeça e vamos sair um bocadito aos bares para descontrair. Daí que depois acordemos tristes com o mundo em que vivemos e com toda esta hipocrisia. Resumindo, a digressão está a ser extraordinária. Viemos de Santiago de Compostela, onde fizemos um espectáculo não para muita gente, porque nem todos têm acesso à alta cultura, mas parece-me que ficaram muito bem impressionados e querem levar-nos a outros sítios. As portas estão escancaradas, até porque eu vivo disto para manter estes meus hábitos alimentares [aponta para o vinho], que é o meu único vício, tirando mais três ou quatro.
CP: A estreia no estrangeiro correspondeu às expectativas?
JP: Chegámos a Espanha e os galegos já sabiam as nossas letras de cor, entoavam connosco “Mas una para el camino”. Quer-me parecer que todas as bandas que se ouvem em Portugal não são nada comparadas connosco. As pessoas têm é medo de nos tornar famosos, porque a exigência de qualidade tornava-se muito alta e aí a maioria não tinha hipótese, pois não tem imaginação, repete as mesmas coisas, baseia-se naquela de dar com a pintarola, com uns cabelos, e umas moças cheias de silicone. No fim, de tudo isso espremido, só sai silicone. Nós estamos vivos para o melhor e para o pior e a nossa música é claramente existencialista, com todas as suas partes ridículas, com todas as suas partes dignas. E é engraçado.
CP: A crítica especializada não poupou críticas a “Exílio”. Estavam à espera?
JP: As críticas têm sido boas, mas nos jornais não se fala muito sobre a ética das canções, sobre a ligação mais saudável que a música popular devia ter com a política e com a sociedade e ser menos uma representação mais ou menos americana de sentimentos de rebeldia juvenil ou de exaltações de um amor que o tipo conseguiu desde que começou a ficar famoso. Queres dizer às pessoas que não sejam brutas, que tentem olhar-se nos olhos umas às outras, que tentem amar-se, mas sentes que essa mensagem é cortada na ponta, porque ninguém está virado para mudar. Estamos numa sociedade bastante acomodada, que aos poucos se está a deixar enredar num esquema poderosíssimo, em que a sua vontade começa a ser cada vez menor. Come aquilo que lhe dão. Quando sentes que aquilo que fazes não tem consequência em “big picture”, podes sentir-te um bocadinho triste. Por outro lado, estes amigos [resto da banda] são pessoas experimentadas, que procuram uma forma de viver que tenha a ver com os valores fundamentais, de fazer um esforço para dizer a verdade, para encontrar um amor claro. Se ninguém nos ouvir, vamos sair à noite e esborregamo-nos todos. A nossa compensação é esta e à noite sei que funciono. (Desculpa lá, estou a ser o mais sincero possível, já nem se usa!).
CP: O vosso trabalho está mais dificultado por trabalharem com uma editora e produtora independente?
JP: Não acho e já trabalhei com multinacionais. Essas editoras investem a sério, gastam dinheiro a rodos, promovem as fuças do rapaz e as maminhas da rapariga, gastam um dinheiro do caraças em dois ou três. Não investem em todos os que não sejam descaradamente comerciais ou que não estejam a ter sucesso por mérito próprio. Sinto-me muito mais livre com uma editora pequena, porque sei o que ela não pode fazer. É tudo mais claro. Isso é o que me dá um triplo gozo com este álbum, já que são as pessoas que ouvem que falam umas às outras, há uns blogues que falam sobre as nossas canções e as suas cosmogonias adjacentes, o seu decadentismo esperançoso, coisas que acho que fazem sentido. Sinto o trabalho mais facilitado com uma editora pequena com quem posso comunicar do que com uma editora grande, com as quais tive experiências de estar anos a tentar fazer telefonemas. Faz-se um disco em Janeiro e ele sai em Dezembro, porque não se consegue falar com o doutor: “Olhe, o doutor não está. Foi arranjar o barco”. Prefiro saber com o que conto do que ter grandes contratos e ficar pendurado no vão de escada de uma grande empresa multinacional.
CP: Na composição das canções do Quinteto surge primeiro a música ou a letra?
JP: Um gajo tem alguns conhecimentos musicais da harmonia, procura uns acordes onde consiga repousar qualquer coisa, um amor, uma saudade daquelas que nunca se vai resolver, qualquer coisa que pareça que está timbrada com a pequena corda da guitarra. Em geral, faz-se primeiro a música e depois tenta-se que a própria música já esteja a contar uma história. Pode acontecer o contrário, mas é mais fácil, como eles [músicos] dizem, “escrever umas merdas por cima”. Entristece-me que digam isso. Quando estou sóbrio, entristece-me...
CP: No Quinteto Tati, ao contrário de nos Belle Chase Hotel, as letras são maioritariamente em português. Foi premeditado ou aconteceu por acaso?
JP: Eu e o Sérgio [Costa] estivemos a trabalhar na “Ópera do Falhado” e a ideia era fazer um trabalho em português, uma mitologia tragicómica, baseada na “Ópera do Malandro” e na “Ópera dos Três Vinténs”. Com toda a naturalidade, começámos a fazer canções em português. Habituei-me. Palavra puxa palavra, casámos. A partir da ópera, iniciou-se um trabalho que tem mais a ver com o cidadão vivo do meu País, da sua cultura, das suas mitologias, das suas patetices e das suas dignidades. O alvo começou a ser outro. Naturalmente, a prosa também começou a ser outra, uma assumpção muito mais clara de uma certa doença melancólica, a que procuro, através da música, dar alguma volta, criar alguma vitalidade na melancolia.
CP: Não se coloca então a questão de ser mais fácil transmitir sentimentos em inglês, porque são menos óbvios, ficam mais escondidos?
JP: Queria fazer um rock aventuroso e jazístico com os Belle Chase e metricamente parecia mais plausível fazer em inglês, porque a própria música era inglesa. O Quinteto Tati anda mais pela América Latina, somos mais latinos. Houve outra coisa muito importante: começar a ouvir coisas cantadas em português que me pareceram justas. Uma pessoa precisa de boas contaminações.
CP: Como é que estão os Belle Chase Hotel?
JP: Estão numa situação muito pouco consistente, as coisas não andam nem desandam. Sempre que nos juntamos para tocar sabe bem, mas há muito que não criamos nada juntos. É um pouco uma banda fantasma. Por estranho que pareça, fizemos dez anos desde que a banda foi inventada e estamos a ter alguns concertos que estão a ser bons. A música não é de deitar fora e, depois de tocar, ficamos com a sensação de que podíamos fazer alguma coisa um dia destes. A questão está em aberto.
CP: Mas o Quinteto Tati é a prioridade.
JP: Com os Belle Chase Hotel, é como quereres acabar com um amigo, chegares ao pé dele e dizeres: “Ó pá, a partir de hoje não falamos mais”. É difícil fazer isso, uma pessoa vai deixando andar, até ficar aguada, trôpega. Um dia destes resolve-se e acaba-se com aquilo... ou faz-se um disco novo [leva as mãos à cabeça]. Neste momento estou a trabalhar com uma data de pessoas hipertalentosas [músicos do Quinteto] e com quem consigo comunicar, amigos. São as minhas pessoas e eu sou a pessoa deles, andamos para aí todos pessoanos, uns com os outros. Prefiro investir a minha energia no que possa surgir deste vínculo, mais do que estar a manter uma banda só por causa do statu quo já conseguido. Se fosse esperto tentava era ganhar dinheiro com isso, mas não sou.
João Paulo Simões, conhecido por JP (leia-se, “JêPê”) Simões, tem 35 anos e um extenso currículo musical. Tocou nos Pop dell'Arte e ainda é o líder dos Belle Chase Hotel. Em paralelo e em parceria com Sérgio Costa, também dos Belle Chase Hotel, escreveu a “Ópera do Falhado”, estreada em 2003, e apareceu no ano seguinte com um novo projecto musical, o Quinteto Tati, cujo álbum de estreia, “Exílio”, mereceu aplausos da crítica. Apesar disso, a digressão de apresentação do disco só começou mais de um ano após a edição. A meio desse conjunto de espectáculos e pouco depois de a banda se ter estreado ao vivo no estrangeiro, JP Simões deu ao COMÉRCIO esta entrevista em que, por entre a habitual ironia iconoclasta, deixa alguns recados. Trabalhando com os “Transformadores”, uma editora e promotora independente, JP Simões não tem pejo em dizer que prefere a falta de meios do que trabalhar com multinacionais que negam esses meios à maior parte dos artistas.
Comércio do Porto: O vosso álbum de estreia, “Exílio”, foi lançado há mais de um ano. Porquê só agora a digressão de apresentação do disco?
JP Simões: Explicaram-nos que isto demora a medrar. Ou seja, sempre que nos íamos queixar aos nossos promotores, diziam-nos para ter calma, que aqui as coisas são muito lentas, estão a crescer. Diziam: “Tem calma, que estás a plantar”. Uma pessoa nasce, cresce e morre semente neste País! Como foi uma época de crise, os espectáculos foram mais parcimoniosos e quem está mal implantado demora muito a aparecer. Foi o que aconteceu connosco, mas também não fizemos grande esforço de promoção, nem sequer cartazes a dizer que éramos o novo acontecimento “não sei quê”. Fizemos o nosso álbum e ele tem crescido, devagarinho, mas de uma maneira muito boa.
CP: Como está a correr a digressão?
JP: Estamos todos com uma enorme dor de cabeça, porque temos pensado muito, já que somos um colectivo e temos outras preocupações que não só a música “tout court” - como se diz em francês. Também pensamos na vida, no meio ambiente e nas políticas de apoio à África subsariana. Falamos muito sobre esses assuntos todos e, como não conseguimos resolver nenhum, ficamos com uma grande dor de cabeça e vamos sair um bocadito aos bares para descontrair. Daí que depois acordemos tristes com o mundo em que vivemos e com toda esta hipocrisia. Resumindo, a digressão está a ser extraordinária. Viemos de Santiago de Compostela, onde fizemos um espectáculo não para muita gente, porque nem todos têm acesso à alta cultura, mas parece-me que ficaram muito bem impressionados e querem levar-nos a outros sítios. As portas estão escancaradas, até porque eu vivo disto para manter estes meus hábitos alimentares [aponta para o vinho], que é o meu único vício, tirando mais três ou quatro.
CP: A estreia no estrangeiro correspondeu às expectativas?
JP: Chegámos a Espanha e os galegos já sabiam as nossas letras de cor, entoavam connosco “Mas una para el camino”. Quer-me parecer que todas as bandas que se ouvem em Portugal não são nada comparadas connosco. As pessoas têm é medo de nos tornar famosos, porque a exigência de qualidade tornava-se muito alta e aí a maioria não tinha hipótese, pois não tem imaginação, repete as mesmas coisas, baseia-se naquela de dar com a pintarola, com uns cabelos, e umas moças cheias de silicone. No fim, de tudo isso espremido, só sai silicone. Nós estamos vivos para o melhor e para o pior e a nossa música é claramente existencialista, com todas as suas partes ridículas, com todas as suas partes dignas. E é engraçado.
CP: A crítica especializada não poupou críticas a “Exílio”. Estavam à espera?
JP: As críticas têm sido boas, mas nos jornais não se fala muito sobre a ética das canções, sobre a ligação mais saudável que a música popular devia ter com a política e com a sociedade e ser menos uma representação mais ou menos americana de sentimentos de rebeldia juvenil ou de exaltações de um amor que o tipo conseguiu desde que começou a ficar famoso. Queres dizer às pessoas que não sejam brutas, que tentem olhar-se nos olhos umas às outras, que tentem amar-se, mas sentes que essa mensagem é cortada na ponta, porque ninguém está virado para mudar. Estamos numa sociedade bastante acomodada, que aos poucos se está a deixar enredar num esquema poderosíssimo, em que a sua vontade começa a ser cada vez menor. Come aquilo que lhe dão. Quando sentes que aquilo que fazes não tem consequência em “big picture”, podes sentir-te um bocadinho triste. Por outro lado, estes amigos [resto da banda] são pessoas experimentadas, que procuram uma forma de viver que tenha a ver com os valores fundamentais, de fazer um esforço para dizer a verdade, para encontrar um amor claro. Se ninguém nos ouvir, vamos sair à noite e esborregamo-nos todos. A nossa compensação é esta e à noite sei que funciono. (Desculpa lá, estou a ser o mais sincero possível, já nem se usa!).
CP: O vosso trabalho está mais dificultado por trabalharem com uma editora e produtora independente?
JP: Não acho e já trabalhei com multinacionais. Essas editoras investem a sério, gastam dinheiro a rodos, promovem as fuças do rapaz e as maminhas da rapariga, gastam um dinheiro do caraças em dois ou três. Não investem em todos os que não sejam descaradamente comerciais ou que não estejam a ter sucesso por mérito próprio. Sinto-me muito mais livre com uma editora pequena, porque sei o que ela não pode fazer. É tudo mais claro. Isso é o que me dá um triplo gozo com este álbum, já que são as pessoas que ouvem que falam umas às outras, há uns blogues que falam sobre as nossas canções e as suas cosmogonias adjacentes, o seu decadentismo esperançoso, coisas que acho que fazem sentido. Sinto o trabalho mais facilitado com uma editora pequena com quem posso comunicar do que com uma editora grande, com as quais tive experiências de estar anos a tentar fazer telefonemas. Faz-se um disco em Janeiro e ele sai em Dezembro, porque não se consegue falar com o doutor: “Olhe, o doutor não está. Foi arranjar o barco”. Prefiro saber com o que conto do que ter grandes contratos e ficar pendurado no vão de escada de uma grande empresa multinacional.
CP: Na composição das canções do Quinteto surge primeiro a música ou a letra?
JP: Um gajo tem alguns conhecimentos musicais da harmonia, procura uns acordes onde consiga repousar qualquer coisa, um amor, uma saudade daquelas que nunca se vai resolver, qualquer coisa que pareça que está timbrada com a pequena corda da guitarra. Em geral, faz-se primeiro a música e depois tenta-se que a própria música já esteja a contar uma história. Pode acontecer o contrário, mas é mais fácil, como eles [músicos] dizem, “escrever umas merdas por cima”. Entristece-me que digam isso. Quando estou sóbrio, entristece-me...
CP: No Quinteto Tati, ao contrário de nos Belle Chase Hotel, as letras são maioritariamente em português. Foi premeditado ou aconteceu por acaso?
JP: Eu e o Sérgio [Costa] estivemos a trabalhar na “Ópera do Falhado” e a ideia era fazer um trabalho em português, uma mitologia tragicómica, baseada na “Ópera do Malandro” e na “Ópera dos Três Vinténs”. Com toda a naturalidade, começámos a fazer canções em português. Habituei-me. Palavra puxa palavra, casámos. A partir da ópera, iniciou-se um trabalho que tem mais a ver com o cidadão vivo do meu País, da sua cultura, das suas mitologias, das suas patetices e das suas dignidades. O alvo começou a ser outro. Naturalmente, a prosa também começou a ser outra, uma assumpção muito mais clara de uma certa doença melancólica, a que procuro, através da música, dar alguma volta, criar alguma vitalidade na melancolia.
CP: Não se coloca então a questão de ser mais fácil transmitir sentimentos em inglês, porque são menos óbvios, ficam mais escondidos?
JP: Queria fazer um rock aventuroso e jazístico com os Belle Chase e metricamente parecia mais plausível fazer em inglês, porque a própria música era inglesa. O Quinteto Tati anda mais pela América Latina, somos mais latinos. Houve outra coisa muito importante: começar a ouvir coisas cantadas em português que me pareceram justas. Uma pessoa precisa de boas contaminações.
CP: Como é que estão os Belle Chase Hotel?
JP: Estão numa situação muito pouco consistente, as coisas não andam nem desandam. Sempre que nos juntamos para tocar sabe bem, mas há muito que não criamos nada juntos. É um pouco uma banda fantasma. Por estranho que pareça, fizemos dez anos desde que a banda foi inventada e estamos a ter alguns concertos que estão a ser bons. A música não é de deitar fora e, depois de tocar, ficamos com a sensação de que podíamos fazer alguma coisa um dia destes. A questão está em aberto.
CP: Mas o Quinteto Tati é a prioridade.
JP: Com os Belle Chase Hotel, é como quereres acabar com um amigo, chegares ao pé dele e dizeres: “Ó pá, a partir de hoje não falamos mais”. É difícil fazer isso, uma pessoa vai deixando andar, até ficar aguada, trôpega. Um dia destes resolve-se e acaba-se com aquilo... ou faz-se um disco novo [leva as mãos à cabeça]. Neste momento estou a trabalhar com uma data de pessoas hipertalentosas [músicos do Quinteto] e com quem consigo comunicar, amigos. São as minhas pessoas e eu sou a pessoa deles, andamos para aí todos pessoanos, uns com os outros. Prefiro investir a minha energia no que possa surgir deste vínculo, mais do que estar a manter uma banda só por causa do statu quo já conseguido. Se fosse esperto tentava era ganhar dinheiro com isso, mas não sou.
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